O mapa abaixo mostra as províncias Orientais do império Turco Otomano - Armênia - Armênia Ocidental.
Após ser dividida entre o Império Otomano e a Pérsia em 1524, no Império Otomano os armênios eram tratados de forma diferenciada dos turcos, tendo menos direitos e pagando mais impostos, porém tinham certa liberdade religiosa, podendo erigir Igrejas e dentro ou em prédios anexos à ela, criar escolas para educar os pequenos. O idioma turco era obrigatório, porém entre a comunidade era permitido o uso do idioma armênio. Por conta da educação elevada, os armênios começaram a se destacar. Muitos estudavam também em colégios de missões americanas, e o número de estudantes armênios que fazia faculdade na Europa e depois retornava ao Império, assumindo posições de destaque, era muito grande.
Hábeis comerciantes e artesãos, muitas vezes trabalhavam a matéria prima comprada dos cidadãos turcos. Vários armênios eram conselheiros dos sultões. A convivência entre armênios e turcos poderia ser descrita como amigável:
“Após alguns movimentos emancipacionistas no século XVII, em 1828 foi anexada à Rússia uma parte importante do território armênio. Simultaneamente, o despertar cultural e nacional criaria entre os armênios a firme convicção de seus direitos, que ingressaram no âmbito da diplomacia internacional através dos Tratados de São Estéfano e de Berlim (1878).
O ressurgimento nacional induziu à criação dos partidos políticos que orientaram o movimento armênio de emancipação.”
(KECHICHIAN, 2000, p.16)
Abdul Hamid II Genocida Turco |
A situação começou a mudar quando os armênios começaram a reivindicar mais direitos, por conta de situações como saques e destruição de vilas armênias pelos curdos. Os armênios não podiam ter armas e com isso não tinham como se proteger, esperando do Estado otomano este respaldo. O sultão Abd-Ul-Hamid II, não gostou das reivindicações armênias e em consequência disso organizou massacres e deportações de armênios entre os anos de 1894 e 1896. O número de mortos é estimado em 300 mil.
Os massacres hamidianos, como ficaram conhecidos, deram a fama a
Abd-Ul-Hamid II de "Sultão Vermelho" ou "Sultão Sangrento". Nesta época os armênios começaram a se organizar mais ainda politicamente e aliaram se aos Jovens Turcos, grupo político que se opunha ao regime de Abd-Ul-Hamid II e propunha reformas que modernizariam o Império e beneficiariam os armênios. Mal sabiam os armênios que haviam se aliado a seus futuros algozes. Com a perda dos territórios Balcãs, Abd-Ul-Hamid II foi deposto e os Jovens Turcos assumem o poder. Havia uma situação de tensão por conta da falta de assentamentos para a população turca. Pouco tempo depois, os Jovens Turcos começam uma política nacionalista, visando o pan-turquismo que começou a alarmar os armênios.
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Abd-Ul-Hamid II "Sultão Vermelho"
"Sultão Sangrento" |

Jovens Turcos declarando a revolução. |
Em 1914 tem início a Primeira Guerra Mundial e os turcos se aliam à Tríplice Aliança. Como o território armênio era dividido entre o Império Otomano na parte ocidental e Império Russo na parte oriental, com a eclosão da Primeira Guerra Mundial os armênios ficaram em frentes diferentes. Aproveitando-se deste fator, os turcos ameaçaram os armênios de traição, de ajudarem os russos, enviando informações e planejando ataques. O governo otomano já tinha um
plano e só esperava o momento propício para colocá-lo em prática.
No livro de Amiralian (2011), são expostos interessantes pontos da Declaração Universal dos Direitos dos Povos de 1976, que ainda não havia sido criada à época do Genocídio Armênio. São eles:
”O Artigo 1º Declaração Universal dos
Direitos dos Povos da dispõe: ‘Todo povo tem o direito à existência’.
E o artigo 2º: ‘É inviolável a todo
povo o direito ao respeito à sua identidade nacional ou cultural.’
Acrescenta o artigo 3º: ‘Todo povo tem o direito de manter a posse pacífica do seu território
e voltar a ele se tiver sido expulso.’
E, finalmente, o artigo 4º confronta diretamente a realidade do genocídio: ‘Ninguém será submetido, por sua identidade nacional ou cultural, a massacre, tortura, perseguição, deportação, expulsão ou a condições de vida que possam comprometer a identidade ou integridade do povo ao qual pertence’.”
Porém, em 24 de abril de 1915, data simbólica do início do Genocídio Armênio por conta do assassinato de cerca de 250 autoridades religiosas, intelectuais e artistas, eliminando assim toda uma classe cultural, científica e produtora de conteúdo armênio, todos os artigos do que um dia viria a ser a Declaração Universal dos Direitos dos Povos seriam violados. Ainda segundo Amiralian (2011), de acordo com a Convenção sobre Prevenção e Punição do Crime de Genocídio, que foi adotada pela Assembleia Geral das Nações Unidas em 9 de dezembro de 1948, o genocídio “é um crime sujeito à lei internacional”, quer seja “cometido em tempo de paz ou em tempo de
guerra” (artigo 1).
“Genocídio significa qualquer dos seguintes atos cometidos com intenção de destruir total ou
parcialmente, um grupo nacional, étnico, racial ou religioso, tais como:
- Matando membros de um grupo;
- Causando danos físicos ou mentais sérios aos membros deum grupo;
- Infligindo, deliberadamente, sobre o grupo, condições devida planejadas para efetuar sua
destruição física total ou parcial;
- Impondo medidas com intenção de prevenir nascimentos dentro do grupo;
- Forçando a transferência de crianças de um grupo para outro. (Artigo II).
Nos termos do artigo III: Os atos que seguem são passíveis de punição:
- Genocídio
- Conspiração para cometer genocídio;
- Incitamento direto e público para cometer genocídio:
- Tentativa de cometer genocídio e,
- Cumplicidade no genocídio.
Por fim, o artigo IV estabelece que pessoas culpadas de quaisquer atos acima mencionados
deverão ser punidas:
“mesmo que sejam, de acordo com a Constituição, governantes, funcionários públicos ou
indivíduos (civis).”
(AMIRALIAN,2011, p.30-31).
Paulatinamente todos os terríveis atos discriminados nos Artigos II e III recaíram sobre à população armênia. Toda família armênia tem uma cicatriz, de algum familiar que faleceu durante o Genocídio. Todo armênio tem uma história de imigração forçada e um clamor para voltar ao que um dia foi sua pátria. Todo armênio sofre a indignação a respeito do Genocídio Armênio ser negado pela Turquia e por conta do lobby que ela exerce em outros países, ainda não
reconhecido oficialmente por nações como a Inglaterra por exemplo, que durante o Genocídio tiveram seus embaixadores e jornalistas como testemunhas oculares do que estava acontecendo, entre tantas outras nações.
As evidências do que ocorreu são inúmeras e a maioria tem respaldo de autoridades internacionais como verídicas, além de todas as fotos e filmagens amplamente realizadas naquele período. Tanto a Convenção sobre Prevenção e Punição do Crime de Genocídio da Assembleia Geral das Nações Unidas de 9 de dezembro de 1948 como a Declaração Universal dos Direitos dos Povos de 1976 ao estabelecerem direitos em relação a liberdade de expressão e existência ou
recomendações condenatórias ao crime de genocídio são fortes argumentos que apoiam uma causa armênia atual de obter perante a comunidade internacional o reconhecimento da existência do Genocídio Armênio a partir de 1915. E apesar destes tratados terem sido elaborados muito tempo depois do fato ocorrido, representam ao menos um avanço em relação à condenação desse tipo de prática.

Exaustos e famintos |

Algumas vítimas |

Imagem do Instituto-Museu do Genocídio Armênio,
na qual se vê um grupo de armênios enforcados
pelas forças otomanas em junho de 1915 |

Vítimas do Genocidio |

Jovens armênias crucificadas pelos turcos |

Soldados turcos posam depois do enforcamento de
vários armênios em 1915 em Aleppo, na Síria. |

Uma mãe armênia se senta ao lado
dos cadáveres dos seus cinco filhos. |

Armênios alinhados por volta de 1918. Quase
todos eles foram levados para o deserto e
executados. |

Sobreviventes do genocídio que fugiram
para Jerusalém, em 1918. |

Um refugiado armênio com seus filhos na Síria,
em 1915. |
A Turquia foge da responsabilidade histórica de reconhecer o crime, o genocídio que seus antepassados fizeram e com isso não oferece a reparação moral aos que sofreram, não devolve as terras que usurpou e continua a praticar o genocídio ao não reconhecê-lo.
Atualmente 23 países reconhecem o Genocídio Armênio, entre eles a Alemanha que em 2015 durante as rememorações do centenário do Genocídio Armênio não só o reconheceu como admitiu que fez parte dele ao ajudar os turcos, que eram seus aliados, com estratégias e exércitos e também não impedindo-os de realizarem o genocídio. Os números do genocídio são 1.500.000 de armênios mortos e uma diáspora que atualmente conta com aproximadamente 8 milhões de pessoas.
(Museu do Genocídio Armênio). Se o Genocídio Armênio tivesse sido reconhecido mundialmente, histórias tristes como o Holocausto poderiam não ter ocorrido, pois diz-se que Hitler antes de iniciar esses massacres disse: “E quem afinal se lembra dos armênios?” (Museu do Genocídio Armênio).
Chegando a um Destino de Paz
Viajavam em navios de carga, amontoados nos porões, levando quase que somente a
roupa do corpo. Aqueles que vinham ao Brasil desembarcavam em Porto Alegre, no Rio de Janeiro, e em sua grande maioria, no Porto de Santos, onde abrigavam-se na estação ferroviária e, em seguida, subiam a serra para chegar a São Paulo.
Muitos eram acolhidos por um grande benemérito da colônia armênia, Rizkallah Jorge Tahanian, que acomodava as famílias em um casarão que possuía na esquina da Rua Anhangabaú (atual 25 de Março) com a Barão Duprat. Nos três andares do edifício, cortinas delimitavam o espaço de cada família. Quando já tinham condições, em geral após alguns meses, as famílias se mudavam para residências próprias, liberando espaço para que novos imigrantes se instalassem.
Algumas famílias alugavam sobrados em conjunto, cada uma ocupando um quarto e utilizando as outras dependências, como banheiro e cozinha, de forma comunitária.
Na Rua Florêncio de Abreu havia um salão, também pertencente ao senhor Rizkallah Jorge, que era usado como igreja, sendo as missas rezadas pelo padre Gabriel Samuelian. Outros foram acolhidos por Vahram Keutenedjian, outro grande benemérito da colônia.
As primeiras famílias armênias chegaram ao Brasil no final do século XIX, entre elas os Gasparian, os Keutenedjian, Rizkallah Jorge Tahanian e o Engenheiro Mihran Latifian (construtor da Ferrovia Imperatriz Leopoldina), resultado das ações turcas da década de 1890. Curiosamente foram elas que, por já estarem estabelecidas no país, receberam os grandes contingentes de imigrantes anos depois.

Rizkallah Jorge Tahan (1868-1949) Chega no Brasil
em 1895 |

Busto de Vahram Keutenedjian Nos jardins da Igreja em Osasco |
Os armênios começavam a ganhar a vida no novo país de maneira bem humilde, como
mascates, pequenos comerciantes, operários, engraxando sapatos, vendendo amendoim, limonada...
A ave chamada “grunk” (grou) é o símbolo da imigração Armênia, sempre voando para a terra natal para trazer notícias.
Imigrantes Armênios chegam em Osasco
A partir dos anos vinte do século XX, começam a chegar na vila Osasco mais
precisamente onde hoje é o bairro de Presidente Altino, as primeiras famílias de imigrantes armênios que desembarcaram no Porto de Santos.
A escolha do lugar se deve principalmente pela oportunidade de trabalho em uma
empresa que à época privilegiava a mão de obra desses imigrantes que era o
Frigorifico Wilson.
Esse privilégio se devia ao fato desses imigrantes terem facil adaptação ao frio e assim renderem muito mais nas camaras frias dessa industria. Outro fator para virem a Presidente Altino era o baixo custo para se adquirir terras além do serviço de transporte ferroviário que facilitava para aqueles que trabalhavam na região da 25 de março e entorno.

Cia. Cerâmica Industrial de Osasco (HERVY) em 1930 |

Frigorifico Wilson em Presidente Altino foi o 2º frigorifico do Brasil |
Para a região de Osasco chegavam também imigrantes russos, poloneses, ucranianos, gregos, japoneses entre outros.
Na época as terras dessa região (Presidente Altino), na grande maioria, pertenciam a Cia. Cerâmica Industrial de Osasco. Que elaborou o traçado e loteamento dos terrenos.
Para tanto foram realizadas obras de retificação de vários pontos que na época de chuvas eram alagados em grandes extensões e assim permaneciam por vários meses no ano.
As obras de aterramento dessas várzeas tornou o bairro na forma plana que hoje se encontra. este foi o primeiro bairro de Osasco que contou com um planejamento para o seu loteamento
Diferentemente de outros bairros de Osasco, Presidente Altino além de plano possui ruas largas e quarteirões bem regulares e definidos.

Família Guselian - Presidente Altino |
Imigrante oriundo da antiga cidade de Sis na Armênia - Turca Otomana (Atual cidade de Kosan - Turquia), Agop Guselian um dos primeiros imigrantes armênios que chegou a Presidente Altino e se estabeleceu.
Negociante nato logo atingiu sua estabilidade financeira.
Foi um dos primeiros imigrantes armênios a negociar lotes com a companhia Cerâmica Hervy.
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Através do conhecimento e experiência adquirida na transação de compra de terrenos junto a Cia. Cerâmica Industrial de Osasco (Hervy), o Sr. Agop Guselian passou a ser procurado por seus patrícios interessados em adquirir terrenos.
Muitos não possuíam as condições financeiras necessárias para a compra ou
necessitavam parcelar o pagamento. Nesse sentido o Sr. Agop Guselian muitas vezes ajudava avalizando a negociação e até emprestando o dinheiro.

"União Salmo Tzor de Presidente Altino" |
Em 1928, os armênios de Presidente Altino decidiram congregar-se com a finalidade de auxiliarem uns aos outros nos planos material e afetivo.
Realizaram uma reunião na residência de Thomaz Kechichian no dia 1º de maio de 1928, na qual foram eleitos Keghan Karaghanian (presidente), Dikran Echrefian (vice-presidente), Agop Guzelian (secretário), Sanazar Mardiros Lopoian (tesoureiro), Zefri Magdesian (bibliotecário), Tomas Kechichian e Arsen Bulbulian (conselheiros). Era constituída a "União Salmo Tzor de Presidente Altino".
Na Foto ao Lado Primeira comissão da colônia armênia de Presidente Altino:
Em pé (da esquerda para a direita): Hagop Manuchakian, Zefri Maghdezian.
Sentados: Stepan Paladjian, Dikran Echrefian (Presidente),
Sanazar Mardiros, Arsen Bulbulian e Agop Guzelian.
A União era formada por moradores de Presidente Altino maiores de 18 anos. Tanto homens quanto mulheres podiam integrar-se a ela após residirem por seis meses no bairro, e não havia discriminação por convicções políticas ou religiosas. Por um ano, o integrante era um “membro ajudante”. Após este período, era avaliado para tornar-se membro efetivo, quando passava a ter direito de votar e de ser eleito.A União era sustentada pelas mensalidades pagas pelos membros (três cruzeiros, na época), por doações e pela renda gerada por rifas, festas e apresentações.
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General Antranik |
Com uma festa em homenagem ao general Antranig, que reuniu todos os armênios de Presidente Altino, a União iniciou suas atividades.
A arrecadação desta e de outras festas, acrescida das mensalidades e de doações, proporcionou a compra de um lote de 500 m2. O proprietário, que era a Cia. Cerâmica Industrial de Osasco, vendeu-o por um quinto do valor real.
Pouco tempo depois foram adquiridos mais dois lotes, totalizando uma área de
1.500 m2. Esse terreno ficou provisoriamente em nome de quatro integrantes da União: Agop Guzelian, Zefri Magdesian, Dikran Echrefian e Sanazar Mardiros Lopoian.
Em virtude de divergências, mudou-se, em uma reunião geral, o nome da União para “Sociedade Armênia de Presidente Altino”.
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Arcipreste Gabriel Samuelian |
O espaço já havia sido adquirido.
Faltava realizar o sonho de construir uma igreja. Após mais uma campanha de arrecadações, iniciou-se a construção.
Em 4 de maio de 1930, o Arcipreste Gabriel Samuelian abençoou a pedra fundamental do novo templo.
Levantaram-se as paredes até a altura de um metro e meio, mas o dinheiro acabou. A Diretoria, então, pediu ajuda ao Sr. Vahram Keutenedjian, que prontamente enviou um engenheiro. Em oito dias chegaram os materiais de construção e os trabalhadores para terminar a obra, que pouco tempo depois seria concluída.
O Sr. Vahram recusou as homenagens que lhe queriam prestar, afirmando ter dado
apenas uma pequena contribuição. Mesmo assim, ele foi homenageado: a primeira
Igreja Armênia do Brasil recebeu o nome de seu pai, Meguerditch. Foi intitulada
Igreja Apostólica Armênia São João Batista (Surp Hovhannês Meguerditch).
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Quando a construção da igreja foi concluída, em 1932, a Sociedade Armênia de
Presidente Altino foi encerrada e o povo elegeu uma nova comissão diretora, formada por Dicran Echrefian (presidente), Hagop Manuchaguian (secretário), e Sanazar Mardiros Lopoian, Hagop Guzelian, Arsen Bulbulian, Zefri Magdesian e Stephan Paladjian (conselheiros).
Já em 1932, quarenta e cinco alunos eram lá educados pelos professores Keghan
Karahanian e Arshaluis Asdurian. Até 1946, a Igreja foi utilizada também como
escola, 80 alunos possuíam uma professora de português e uma de armênio.
A consagração da Igreja aconteceu em 1941...
A SEC-MAPA (Sociedade Esportiva e Cultural -
Mocidade Armênia de Presidente Altino)
SEC-MAPA Fundação e 1º Diretoria
Em 1º de março de 1942 foi criada a SEC-MAPA (Sociedade Esportiva e Cultural -
Mocidade Armênia de Presidente Altino). A Diretoria era composta por Abraão
Manuchakian (Presidente), Arthur Charles Tchalekian, Artin Pochoglonian, Hatchadur Derderian, Nubar Kurkdjian, Avedis Seferian, Avedis Tchalekian, Harutiun Tavitian
e Azat Parsekian.

SEC-MAPA 2º Diretoria
Em maio de 1944, pelo voto secreto, foi eleita uma nova diretoria: Garabed Gudjenian (presidente), Vartkes Tavitian (secretário), Haigasun Chirinian (tesoureiro), e Gabriel Atchabahian, Dicran Echrefian, Sarkis Altebarmakian e Aram Seferian (conselheiros).

SEC-MAPA 3º Diretoria
Em 1945 iniciou-se a construção de um edifício próprio para a escola, que veio a ser concluído em junho de 1946 sem o acabamento interno.

SEC-MAPA 4º Diretoria

SEC-MAPA 5º Diretoria

SEC-MAPA 6º Diretoria

SEC-MAPA 7º Diretoria

SEC-MAPA 8º Diretoria

SEC-MAPA 9º Diretoria

AS PRIMEIRAS FAMÍLIAS, ATIVIDADES, E FORMA DE SUSTENTO
Nem todos os armênios foram ou quiseram trabalhar no Frigorifico Wilson ou como
alguns que se empregaram na própria Hervy. Na verdade a grande maioria buscou
variadas alternativas de sobrevivência em diversificadas áreas como comerciantes e profissionais autônomos.
Os imigrantes armênios traziam consigo o trauma da escassez que vivenciaram em sua jornada até chegarem a uma terra de paz. Isso os tornou pessoas muito seguras, não desperdiçavam absolutamente nada. E estranhavam o desperdício que viam nas latas de lixo por onde passavam.
Muitos deles vislumbraram a possibilidade de fazer dinheiro em coisas que para a maioria era apenas lixo.
Um exemplo disso é o armênio que com sua carroça de mão ia ao matadouro do
frigorifico Wilson e recolhia os ossos dos bois abatidos que eram jogados fora.
Ele carregava em sua carroça até sua casa e lá fazia a limpeza e processamento
desses ossos e os polia. Após esse trabalho ele comercializava esses ossos com
indústrias de cutelaria já que na época os canivetes e facas tinham seus cabos
feitos de ossos ou madeira. Também vendia no bairro do Bom Retiro para indústrias de botões e pentes para cabelo.
Outro exemplo de atividade comercial autônoma, comum, entre esses primeiros
imigrantes era que, quando chegavam a Presidente Altino, logo pensavam em possuir uma vaca leiteira. As vezes reuniam-se duas ou três famílias para essa aquisição. Além de alimentarem seus filhos utilizavam o leite para a produção de coalhada (Iogurte). A coalhada é uma tradição na culinária armênia e muito utilizada como acompanhamento de diversos pratos típicos.
Apos produzida essa coalhada era colocada em latas reutilizadas, muitas vezes latas de óleo de 18 litros, que os maridos levavam de trem para venderem.
Normalmente os compradores eram os armênios, libaneses e árabes de São Paulo que formavam um núcleo na região da rua 25 de Março.
Hagop (Jacó do Amendoim) |
Aqui em Osasco tivemos uma figura marcante e tenaz em seu trabalho de vendedor
ambulante, com uma mão de apenas três dedos, vendia amendoim em sua cesta de vime e a latinha de massa de tomate que servia de medida para uma porção certa.
Seu trabalho era de domingo a domingo sempre em frente aos cine Glamour na Av.
João Batista, em frente a portaria do Clube Floresta na rua Primitiva Vianco e
diversos outros locais da cidade.
Conhecido como "Jacó do Amendoim" seu nome era Hagop - Morava em Presidente Altino e com seu trabalho sustentou sua família e formou seus filhos nas melhores faculdades.
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Era comum entre os armênios terem seus negócios junto a suas residências. Quase sempre montavam o negócio na frente do terreno e atrás construíam sua casa. O padrão dos terrenos em Presidente Altino tinham a medida de 10 mts. de frente por 50 mts de fundo.
Os armênios se ajudavam mutuamente, as diversas famílias interagiam constantemente como se fossem todos parentes.
Alguns armênios pegavam o trem e iam trabalhar no centro de São Paulo em oficinas de calçados de patrícios já estabelecidos a mais tempo. Não demorava muito e montavam seu próprio negocio em Presidente Altino.
Meu avô, materno,Harutium Guselian foi um desses que logo montou em frente a sua casa uma oficina de conserto de sapatos e logo começou a fabricar seus próprios modelos com solado feito de pneus.
Os armênios em Presidente Altino iam diversificando sua forma de sobrevivência na medida de suas condições e iam surgindo armênios em diversas atividades como Barbearia, pequenos comércios de calçados, vendas de utensílios domésticos, padaria, alfaiataria, ambulantes, etc.
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Comércio de Osasco que permaneceu ativo por quase meio século.
Na foto o Sr. Pedro Vasilian, que com seus irmãos Avediz e Arthur, montaram um pequeno comercio de meias e confecções, “OCASIÃO DAS MEIAS”, inicialmente instalado na Rua Antônio Agu na entrada do prédio que pertencia ao Grupo Irka e onde inicialmente funcionou o Colégio Padre Anchieta (a foto é desse prédio).
Os irmãos Avediz e Arthur faleceram, e passados 47 anos de atividade ininterrupta o Sr. Pedro continuou com seu comércio até a alguns anos como franquiado da marca LUPO instalado na rua República do Líbano nº 28. Hoje está aposentado.
(foto década de 70)
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DOZZA desde 1956 Fundado por Boghos Bochoglonian continuada por suas filhas Helena e Cristina e hoje administrada pelas Filhas, Genros e netos.
A unidade de Presidente Altino é atualmente o mais antigo estabelecimento de gênero alimenticio da cidade de Osasco em atividade continua. |
DOZZA
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Fundado por Hagop Assadurian e seu pai a primeira
padaria de Presidente Altino. Depois de um tempo passou a ser uma Esfiharia tocada pelo filho Hagop e sua esposa Meire. Com a morte de Hagop e Meire passou por um período de inatividade voltando a funcionar, nos finais de semana, sob o comando dos filhos e nora
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Hagop (Jacó Padeiro), e sua esposa Meire
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Fundado por................. aguardando histórico e informações da família.
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Família Guselian
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Fundado por................. aguardando histórico e informações da família.
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Família Kamalakian
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Fundado por................. aguardando histórico e informações da família.
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Família Tarpinian
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Hagop Garagem agradece a todos da colônia que tiveram ou possuem seus negocios em Osasco, que puderem enviar foto, anúncio e um breve histórico da fundação e desenvolvimento.
Muitas mulheres armênias eram hábeis em crochê, bordado e costura.
A diferente culinária armênia também foi se mostrando algo a ser explorado
comercialmente.
No final dos anos 40 e início dos 50 começam a chegar em Osasco as grandes indústrias que passam a atrair grande número de mão de obra e surge os primeiros migrantes nordestinos e mineiros, que a princípio chegavam sozinhos sem as famílias. Empregados, passavam a procurar onde morar. Os armênios viram aí uma oportunidade de aumentar seus rendimentos e passaram a construir em seus quintais pequenos cômodos com banheiro e lavanderia compartilhados para abrigar de forma acessível (baixo custo) estes migrantes - Surge aí os chamados "cortiços" em Presidente Altino.
Restauração da Igreja para as comemorações dos 80 anos
Em Janeiro de 2012 ano em que a Igreja comemorou 80 anos, a diretoria executiva e diretoria do conselho deliberativo, entenderam por bem realizar uma restauração na parte externa da igreja que apresentava alguns problemas estruturais.
Notas e Informações do Webmaster Hagop Koulkdjian Neto.
Este site não tem fins lucrativos, apenas o intuito de resgatar, divulgar e manter viva a história e tradições da Comunidade Armênia de Osasco.
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Esta sessão esta em desenvolvimento sendo escrita por Hagop Koulkdjian Neto.