
|
José Alves Barreto, o Visconde de Nova Granada, nasceu muito longe de nossa cidade, num
ambiente bucólico, muito pouco favorável à agricultura e cuja fonte principal de
subsistência, até meados do século XIX, era o pastoreio e a artesania em lã; um vilarejo
conhecido como Castanheira da Pêra, em Portugal. José Alves Barreto nasceu no dia 5 de março de 1859, filho de Manuel Alves Barreto e Águeda Henriques dos Santos. Foi nessa região afastada dos grandes centros que José Alves Barreto nasceu, cresceu e foi educado.
Com o aumento da população e o estabelecimento de industrias, muitas necessidades se
tornaram evidentes, e a construção de um hospital foi uma urgente premência, que teve em
José Alves Barreto um dos seus principais impulsionadores, não só ao lançar a ideia de sua
construção, como também como colaborador da obra com um importante aporte de 5 contos de reis em moeda forte. As obras de tão desejada casa de saúde foram iniciadas em 1896 e sua
inauguração se deu em 15 de julho de 1901. José Alves Barreto veio para o Brasil ainda jovem, aos 16 anos em 1875 aqui se estabeleceu, aos 22 anos em 1881 muda para São Paulo e faz parte da firma J. Aguiar & companhia. Após alguns anos +/_ 1886 volta a Portugal para tratar da saúde. De volta a São Paulo. Agora casado com Ana Miquelina, mulher abastada e dona de uma propriedade denominada Nova Granada. Juntamente com seu conterrâneo Adriano Henrique dos Reis, fundou a fábrica de fósforos Granada que iniciou as montagens de suas maquinas entre 1929 e 30 pelas mãos do Engenheiro Dante Battiston contratado pela indústria, que veio para Osasco com a família, residindo no Chalé Brícola, onde hoje está o “museu” Dimitri Sensaud de Lavaud - Dante Battiston montou as máquinas da fábrica e chegou a Gerente, cargo que ocupou até o fim de sua vida.
José Alves Barreto foi também diretor presidente das empresas componentes do Grupo Granada: Industrias Alves & Reis S.A., Barreto Keller – Industrias Eletrônicas S.A. e Casa Rodrigues Netto de Ferragens S.A. Foi também presidente da CIFOS (Centro das Indústrias de Fósforos do Brasil). Investindo na agricultura, principalmente na cultura cafeeira - na época o café era o produto de maior exportação do Brasil -, Alves Barreto se tornou um homem rico e sempre se preocupou com as necessidades dos menos favorecidos, tanto que se tornou grande benemérito não só no Brasil como em Castanheira da Pêra, Portugal, sua terra natal, onde colaborou muito em áreas da saúde e da educação. Graças a essas nobres atitudes, D. Carlos, então rei de Portugal, lhe concedeu o título de Visconde, e em alusão à propriedade de sua esposa, o de Visconde de Nova Granada.
Entre os grandes feitos de José Alves Barreto no Brasil, e especificamente em São Paulo,
está sua ligação com a Beneficência Portuguesa, da qual foi presidente por mais de 25 anos.
Por ter sido um dos maiores colaboradores do hospital Beneficência Portuguesa foi criado em
sua homenagem a “Cruz de Honra” que representa essa sua grande benemerência. O Visconde e sua esposa não tiveram descendência e voltaram para Portugal, onde viveram seus últimos anos de vida.
A avenida Visconde de Nova Granada, em Osasco, é uma homenagem a esse grande empreendedor e benemérito. José Alves Barreto faleceu em 14 de fevereiro de 1933
|